Transformers: Age of Extinction (Transformers: A Era da Extinção): Análise e Impressões

“Transformers: A Era da Extinção” é a quarto entrada da franquia blockbuster de Michael Bay, que cimentou em sua carreira o nome Transformers após sucesso comercial em três filmes consecutivos. Atualmente uma das franquias que grande parte do público ama odiar, Transformers se mantém como um dos mais competentes veículos de filmes de ação da atualidade, pois robôs gigantes explodindo as coisas nunca é demais.

A trama se passa quatro anos depois do desfecho de “O Lado Oculto da Lua”, com uma cidade de Chicago vitoriosa e totalmente destruída após a batalha do final entre Autobots e Decepticons. Mas quando Optimus Prime é gravemente ferido numa emboscada feita pela própria humanidade, o mesmo passa a ter de se esconder das mesmas pessoas que jurou proteger. Com isso, os poucos Transformers que restam são forçados a se esconder e temer por suas vidas.

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Apesar da fórmula ser essencialmente a mesma dos outros filmes, Michael Bay explora novo elenco ao substituir Shia LaBeouf e família, por Mark Wahlberg e  como os novos astros do longa. Wahlberg interpreta Cade Yeager, um inventor que passa por problemas dentro de casa, enquanto tenta conciliar sua ocupação com manter sua filha feliz. Caracterizado pela superproteção de sua família e pela determinação em cumprir seus objetivos à sua maneira, Yaeger se encontra em constante atrito com sua filha adolescente, adicionando mais ao elemento humano do que a era LaBeouf pode se gabar. As relações humanas não passam nem perto do que um filme minimamente sério ofereceria, mas considerando o que veio antes, tudo pode ser visto como lucro.

Como esperado, diversos clichês estão ali escrachadamente, que vão desde um transformer Samurai que chama Optimus de sensei, até uma cena final digna de algo direto dos anos 80. E enquanto essas cenas cumprem bem o papel proposto inicialmente a elas, outras mostram que qualquer tentativa do diretor de ir além da ação é um tanto infeliz. Personagens são criados tendo um papel exatamente igual ao de outro em um filme anterior, enquanto outros são gerados apenas para mostrar uma cara nova e não dizer que são sempre as mesmas.

Mas embora as críticas à capacidade de gerar drama de Michael Bay tenham fundamento, ninguém pode negar que o diretor sempre entrega uma experiência visual intensa. Com efeitos especiais extremamente bem encaixados no cenário, os robôs em nenhum momento parecem estar deslocados do resto do ambiente, dando uma fluidez para as inúmeras cenas de ação presentes. Curiosamente, este bom senso visual aparece também em cenas sem transformers; fazendo cenários já incríveis parecerem ainda mais grandiosos que são. Mas se existe um ponto onde as pessoas gostam de avaliar mal a franquia é este: há certo sentido nessa carnificina visual, pois por mais que pareça burra e rasa, ela entrega uma boa dose de inegável entretenimento.

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Apesar de não ser tão bem desenvolvida quanto poderia ter sido, a trama procura variação ao fugir do clássico embate entre Autobots e Decepticons; introduzindo a própria humanidade contra os robôs em uma jogada que funciona melhor do que é descrita aqui. Mesmo com a suposta falta de Megatron como vilão principal, exploram muito bem Lockdown como o antagonista principal da trama. Sua presença não é tão memorável quanto a de seu predecessor, mas para o que o mesmo se propõe, no caso um vilão com prazo de validade, não existem reclamações.

Mesmo sendo um filme de ação com cenas de tirar o fôlego e visuais extraordinários, que em IMAX 3D se exibe como colírio para os olhos, “Transformers: A Era da Extinção” tem seus defeitos. Não bastassem os personagens ocasionalmente estúpidos além da conta, e uma trama com potencial mal explorado; o filme ainda por cima acaba se estendendo um pouco demais no final das contas. Com quase três horas de duração, este longa-metragem poderia ter reduzido um pouco a parte “longa” do termo, o que sem dúvida deixaria o produto final mais equilibrado com o ritmo do resto do filme.

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